A biblioteca de babel e a árvore do conhecimento

Moisés de Lemos Martins

Resumo


A ideia de logosfera surgiu, à primeira vista, enquanto força que irradia conhecimento absoluto e comunicação universal, como que prolongando o sonho das comunidades científicas de todas as épocas. Mas tal não passa de um equívoco. O que há é um efeito de mobilização, dos trabalhadores para a competitividade no mercado. Além disso, o imperativo tecnológico da teoria da informação dispensa o imperativo ético da racionalidade comunicativa. O esquema informativo vem agora ajustar o homem à tecnologia informativa, sendo seu propósito reduzir as perdas de mensagem. Às novas tecnologias de informação ouvimos chamar-lhes “tecnologias limpas”, numa expressão que mistura a admiração e o deslumbramento e que contraria as “tecnologias velhas”, poluentes, capazes do debaste. Porém, Gianno Vattimo (1991) vislumbra aqui algo menos “limpo”: as novas tecnologias da informação caracterizam esta sociedade não como mais transparente, nem como mais consciente de si ou mais iluminada, mas como uma sociedade mais complexa, até caótica. E, também para Virilio (2000), o que há é uma mudança radical na nossa cultura ao deslocarmo-nos dos átomos para os bits. Passamos do espaço da matéria ao tempo da luz. Esta desmaterialização contraria a nossa visão da violência, tradicionalmente centrada na carne e no sangue. Mas não dissolve a violência. Nem a supera. Não há, de modo nenhum, transparência humana, nem harmonia ecológica, na racionalidade informativa.

Palavras-chave


tecnologias; informação; internet; racionalidade tecnológica

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho