RESUMOS

 
Sessão Temática: 6. Comunicação e Desenvolvimento
Autor:

Paulo Manuel da Costa Rodrigues Garcia

Instituição:

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - UNL

Dados Curriculares:

Doutorando em Ciências da Comunicação investigando no domínio das estratégias mediáticas do associativismo ocidental. Docente das disciplinas de Relações Públicas (Prática e Teoria).

Título:

Estratégias mediáticas do moderno associativismo e sua relação com os novos movimentos

Resumo:
 

Partindo de Tocqueville que situou claramente a importância do associativismo para as modernas democracias, traçaremos a evolução desta problemática até aos nossos dias com destaque para autores como Drucker que consideram o associativismo a resposta possível aos novos desafios do desenvolvimento moderno, situando autores como Beau Neveu, Champagne, Hirshman e outros. Veremos como as estratégias associativas estão claramente ligadas a uma mediatização crescente que pretende ocultar o vazio provocado pela contínua falta de participação popular.

O associativismo constitui um fenómeno social com as suas raízes no século XIX, isto no que diz respeito ao Mundo Ocidental. Tocqville referia a América, os Estados Unidos, como a pátria do associativismo. Podemos dizer que a Associação Humana e as suas várias formas são tão velhas quanto a Humanidade mas, de facto, é só partir da emergência das sociedades com Estado que a formação de Associação de Cidadãos se coloca como um problema. A genealogia desta evolução é traçada na parte em que referimos as concepções de Aristóteles e Hegel, nomeadamente no que diz respeito à importância da família e das corporações.

O nosso interesse por esta temática partiu essencialmente da possibilidade de se considerar uma Terceira Via de Desenvolvimento Social entre as concepções Liberais e Neoliberais da preponderância do mercado e a importância atribuída à perspectiva Social, apoiada na predominância do Estado sob os vários níveis da Sociedade. Digamos que a perspectiva do desenvolvimento social a partir do associativismo sempre existiu, ela esteve sempre, no entanto, subconsiderada em relação ao Estado e à importância das actividades empresariais. Considerava-se a importância do associativismo mais no domínio das acções recreativas ou de iniciativas pontuais a nível da solidariedade social. Com o fim dos Regimes ditos Socialistas (cuja análise faremos um pouco mais adiante) e o fim do Estado-Providência vários autores tem chamado a atenção para a importância das Associações ou Organizações sem fins lucrativos (isto para Drucker que considerou ele próprio ser uma definição pela negativa deste género de formações sociais, outra denominação refere-se a Organizações Não-Governamentais). Faremos também a análise exaustiva destes autores e as duas grandes perspectivas a este nível, uma mais pessimista, outra mais optimista, embora tendo em atenção também os respectivos quadros históricos em que foram feitas. E aqui começam efectivamente os problemas, ou seja, a maioria das análises a este nível foi feita num quadro histórico determinado por um conjunto de constrangimentos importantes de que faremos a respectiva genealogia.