Mudanças climáticas, risco e cidade: meios de comunicação brasileiros entre o silêncio e a cobertura catastrófica

Ilza Maria Tourinho Girardi, Débora Gallas Steigleder

Resumo


Nosso trabalho analisa o discurso dos meios de comunicação massivos de Porto Alegre sobre a intensificação de eventos do clima que já afetam a região. Identificamos inicialmente que o jornalismo de referência local, sobretudo aquele produzido pelas emissoras de rádio e TV e publicações do Grupo RBS, optou por ressaltar as imagens catastróficas e o cenário de caos na cidade no dia seguinte à ocorrência do fenômeno. Na abordagem dessas mídias, houve pouca ou quase nenhuma perceção sobre o risco ambiental construído na arena social (Hannigan, 2009) e ausência de questionamento sobre a falta de estrutura da cidade para lidar com este e com outros possíveis eventos extremos. Assumimos, nesta proposta, que o jornalismo se constitui como discurso (Benetti, 2006) e sabemos, de imediato, que o jornalismo local do Brasil não repercute o aspecto global-local da mudança climática, contribuindo para falhas na comunicação dos riscos (Loose, 2016). Ao nos basearmos nos princípios do jornalismo ambiental, perspetiva que prevê a abordagem sistêmica dos acontecimentos e o compromisso educativo e mobilizador do trabalho jornalístico (Girardi, Schwaab, Loose & Massierer, 2012), investigamos como ocorrem silenciamentos sobre discussões importantes relativas ao contexto socioambiental da atualidade.

Palavras-chave


Jornalismo; mudança climática; discurso; risco

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho