Imaginário Lusófono e portugalidade no consumo de massas em Portugal
Resumo
Este texto visa compreender como os elementos do imaginário lusófono e da portugalidade constituem um cenário de passagem entre espaços de consumo de massas como os centros comerciais. A partir dos conceitos de lusofonia (Lourenço, 1975, 1982, 2009; Martins, Sousa & Cabecinhas, 2006; Sousa, 2013) portugalidade (Henriques, 1990; Sousa & Martins, 2012; Sousa, 2013) passagem (Benjamin, 2000) vitrina (Demetresco, 2007) e viagem (Urry, 2002), bem como de kitsch (MacDonald, 1971; Greenberg, 1971; Morin, 1975; Baudrillard, 1995), incorporados na arquitetura de três centros comerciais pertencentes ao grupo Sonae Sierra na região da Grande Lisboa. Discute-se, em seguida, as questões de identidade nacional (Lourenço, 1975, 1982, 2009) e a sua presença nesses espaços comerciais. Observa-se também que o planeamento e a construção destes espaços nos meados da década de 90 e início do milénio inserem-se num modelo de desenvolvimento centrado nas grandes construções de infraestruturas, ao abrigo dos quadros comunitários de apoio da União Europeia, que tornaram Portugal um polo de atração para muitos imigrantes advindos não só da Europa do Leste como de outros países lusófonos. Os centros comerciais tiveram como inspiração elementos da lusofonia e da portugalidade centrados nas Viagens, quer intercontinentais dos séculos XIV e XV (Centros comerciais Colombo e Vasco da Gama) quer ribeirinhas (Centro Rio Sul, Seixal) num contexto de consumo (Canclini,1995) e mobilidade (Naficy, 1999; Peters, 1999; Urry, 1995, 2001).
Palavras-chave
identidade portuguesa; identidade lusófona; sociedade de consumo; centros comerciais; comunicação urbana
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho