De Chegada de um Trem à Estação ao Leão Virtual de Chengdu: A Vertigem Tecnológica e o Aumento da Voltagem Sensorial

Roberto Oto Loureiro de Oliveira, Moisés de Lemos Martins

Resumo


Dois eventos audiovisuais separados por 125 anos. Um entrou para a história como o dia das primeiras exibições cinematográficas. O outro, não se sabe quantas vezes ocorreu e não tem relevância e importância histórica alguma. Além de coincidentemente os dois terem a duração de um pouco mais de 1 minuto, não há mais características ou elementos que os assemelhem. Um é em preto e branco, mudo e produzido com um cinematógrafo. O outro é digital, tridimensional, produzido com computadores. Mas, ainda assim, provocaram reações parecidas em quem assistiu. O presente artigo esboçará um paralelo entre uma das primeiras experiências cinematográficas dos irmãos Lumière, em 1895, com uma peça audiovisual veiculada num espaço público, na cidade de Chengdu, na China, em 2020. A proposta é menos uma análise gramatical da linguagem audiovisual de cada um e mais um debate teórico, a fim de se pensar, a partir de suas características, como a intensidade dos estímulos sensoriais vem aumentando desde o período de aparecimento dos modernos meios de comunicação de massa até ao presente pós-moderno dos meios digitais interativos. A fim de tornar o debate mais objetivo, o conduziremos a partir das seguintes dimensões: velocidade, sensações e espaço-tempo. Para, enfim, interpretá-lo à luz da figura do trágico em oposição à figura do dramático, acompanhando teorizações sobre as novas sensibilidades pós-modernas, ao identificar o predomínio do regime melancólico em contraponto ao regime moderno apolíneo.

Palavras-chave


audiovisual; cinema; média; sensações; trágico

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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho