A “portugalidade” no discurso parlamentar português: Assembleia Nacional (1935-1974) e Assembleia da República (1976-2012)
Resumo
Com este artigo pretendemos observar o discurso parlamentar português fixando o olhar na utilização da palavra “portugalidade”, tentando contribuir para o esclarecimento sobre a sua introdução/existência no vocabulário português. Para tanto, socorremo-nos dos discursos do Estado Novo (Assembleia Nacional, 1935-1974), comparando-os com o período referente ao pós-25 de Abril de 1974 (Assembleia da República, 1976-2012). Através da hermenêutica interpretativa analisamos os discursos constantes dos diários das sessões disponibilizados pela base de dados do parlamento, no sentido de saber as circunstâncias e o contexto da utilização do termo. A opção pela análise do discurso parlamentar decorre do facto de termos concluído que o Estado Novo esteve na origem da tentativa de disseminação do termo “portugalidade” (décadas de 50 e 60 do séc. XX). Assim, o ano de 1951 coincidiu com a revogação do “Ato Colonial”, sendo que, dois anos mais tarde, as “colónias” eram substituídas por “províncias ultramarinas”. A partir de 1953 Portugal assumia-se como um país uno e indivisível (“Portugal do Minho a Timor”), e em que estava sublinhado o discurso sobre a “portugalidade”.
Palavras-chave
portugalidade; discursos; deputados; Assembleia Nacional; Assembleia da República
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho