Convencionalidades narrativas e os crimes de proximidade: a violência contra mulheres no Brasil e as tensões na escrita jornalística
Resumo
Os campos problemáticos da vida social (Quéré, 2005), como por exemplo as relações de gênero, tornam visíveis um risco constante no dia-a-dia das mídias informativas. Por um lado, as mídias informativas devem produzir narrativas que deem conta de apreender acontecimentos complexos e marcados por inúmeras e contraditórias dimensões. Por outro, essas narrativas devem obedecer às regras gerais que marcam os textos jornalísticos e que os fazem reconhecíveis como tais por parte de leitores, telespectadores, radiouvintes, etc. Este artigo reflete sobre esse risco e essa tensão a partir de um conjunto de narrativas, recolhidas de periódicos jornalísticos brasileiros, acerca dos crimes de proximidade, ou seja, daqueles atos de violência entre pessoas ligadas por relações afetivas, como casais, namorados, e com parentesco familiar. Privilegiam-se, na análise, as narrativas dos chamados “pequenos acontecimentos” cotidianos, por serem exemplares dos modos regulares do jornalismo apreender o mundo e configurar as histórias que conta.
Palavras-chave
Jornalismo; narrativa; crime; relações de gênero
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Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS)
Universidade do Minho