A última semana foi, no que toca aos media, uma semana preenchida por notícias que se relacionam com a temática central deste projeto: a morte. Se, por um lado, os jornais e as televisões se centraram na transladação do corpo de Eusébio da Silva Ferreira, na sexta-feira, dia 3 de julho de 2015, por outro lado, e apenas uns dias depois, surgiu a notícia do falecimento de Maria Barroso, a 7 de julho, e funeral, no dia seguinte.
A proximidade temporal com que estes dois acontecimentos se realizaram e o modo como os meios de comunicação social se centraram neles servem de mote para refletir sobre a evidência de que as emoções (especialmente em casos de morte) são exploradas pelos media.
Sem dúvida, “descrever e relatar emoções tornou-se parte da comunicação social, da esfera pública e privada” (Vilaça, 2013: 40). De facto, apesar de a morte ser um assunto antigo para os media, a forma como é tratada tem vindo a evoluir. “Os jornais e as televisões lidam com a morte, alcançando um certo estatuto de noticiabilidade e adquirindo critérios de tratamento informativo” (ibidem).
A cobertura destes dois acontecimentos corrobora Madalena Oliveira (2005) quando a investigadora afirma que “sentir a morte que acontece é algo com que os media nos familiarizaram”. Sem dúvida, os jornalistas foram e são os nossos olhos diante da morte. Contam-nos o “horror da morte”.
E nós assistimos… cada vez mais familiarizados com esta situação. A morte, estampada nos media, recorda-nos que um dia todos nós passaremos por algo idêntico, querendo ou não.