Opiniões#3

1) Que vantagens vê numa formação académica em Jornalismo/Comunicação para o exercício da profissão de jornalista?
A formação académica em Jornalismo traz, no meu entender, o grande benefício de permitir um contacto aprofundado com os autores, obras e correntes fundamentais na área da comunicação. Sendo a vertente prática uma mais-valia para quem começa a exercer a profissão, não pode nem deve descurar-se a importância teórica da formação como alicerce de uma prática reflexiva, fundamentada e regida pelos valores fundamentais do jornalismo, designadamente ao nível ético e deontológico.

 2) Que resposta deve a formação académica dar aos efeitos da associação do mercado e das novas tecnologias ao jornalismo?
Face ao atual impacto das novas tecnologias no exercício da profissão, creio que a formação académica deverá integrar, cada vez mais, a componente tecnológica na sua dinâmica. Deverá abarcá-la, analisá-la e sobretudo levar o aluno, futuro jornalista, a questionar-se sobre os alcances e desafios do mundo tecnológico na prática da comunicação.

3) Defende uma formação sobretudo técnica (estudo e prática da técnica profissional) ou alicerçada numa componente mais reflexiva (estudo do jornalismo integrado no universo mais vasto da comunicação)? Porquê?
Acredito que a formação será mais benéfica quanto mais técnica e reflexiva for. Se, por um lado, é essencial o estudo aprofundado dos autores e matrizes do jornalismo no universo da comunicação, por outro, o contacto com a técnica e prática profissional é uma mais-valia na entrada do mercado de trabalho. Nesse sentido, a complementaridade destas duas vertentes proporciona uma aprendizagem sólida e completa.

 4) Que ligação deve existir entre a academia (cursos de jornalismo) e a profissão, durante o período letivo e na fase de estágio?
Creio que a promoção do debate entre alunos e profissionais pode trazer uma nova roupagem ao jornalismo. Parece-me cada vez mais interessante esse intercâmbio de contributos e visões entre quem está na profissão e quem nela pretende estar. A ausência de diálogo e reflexão, que tantas vezes impera nas próprias redações, deve ser combatida entre os profissionais e promovida junto dos alunos. Nesse sentido, acredito que a interação entre a academia e as empresas só tem a ganhar. Os estágios finais são um exemplo, mas a promoção de colóquios, fóruns e colaborações durante o curso poderá ser igualmente benéfica para os futuros jornalistas.

Maria Miguel Cabo | UNovaLisboa | ULusófonaHT | jornalista SIC

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