Comunicação e Saúde: jornalismo preventivo e fontes de informação*

Sofia Gomes

Inserido no Curso de Doutoramento em Ciências da Comunicação da Universidade do Minho, o projeto “Comunicação e Saúde: jornalismo preventivo e fontes de informação”, apresentado por Sofia Gomes e orientado pelo professora Felisbela  Lopes, dá seguimento ao trabalho realizado no projeto de investigação “A Doença em Notícia” em que se tratou a mediatização da saúde nos jornais Público, Jornal de Notícias e Expresso.

Apoiado na questão de partida, “Até que ponto o jornalismo impresso português tem um papel ativo na prevenção da doença e na promoção da saúde junto do cidadão comum?”, o projeto que aqui propomos procurará estudar a Comunicação em Saúde, detendo-se no modo como o jornalismo mediatiza os temas relacionados com a prevenção. Isto será concretizado através da análise dos textos jornalísticos que falem de saúde publicados nos seguintes jornais: Público, Jornal de Notícias, Diário de Notícias, i, Correio da Manhã, Expresso e Sol. Queremos, pois, perceber o papel do jornalismo impresso português na prevenção da doença e promoção da saúde, junto do cidadão comum.

Numa fase posterior do projeto, será igualmente analisado o modo como os jornalistas se apropriam do discurso das fontes. Isto será feito através da Análise Crítica do Discurso orientada pelos contributos de Fairclough (1995) e vanDijk (2005).

Com a noção de que a Comunicação em Saúde é uma área pouco desenvolvida em Portugal, este projeto aspira dar continuidade ao trabalho realizado no âmbito da dissertação de mestrado “Jornalismo de Saúde: Prevenir ou Remediar? Análise dos textos de saúde dos jornais: Público, Jornal de Notícias e Expresso de 2011″, um trabalho feito no âmbito do projeto “A Doença em Notícia”, aqui já referido.

Tendo como ponto de partida a vontade de perceber que papel desempenha a imprensa portuguesa na prevenção de doenças e na promoção da saúde, será imprescindível fazer o estado da arte no que diz respeito ao Jornalismo de Saúde, passando por conceitos fulcrais como Comunicação em Saúde, Educação para a Saúde, Prevenção, Promoção, Jornalismo, o próprio Jornalismo em Saúde e Fontes de Informação.

O caso da prevenção, no jornalismo português em particular, é um assunto ainda menos estudado. Sendo uma questão que interfere com o dia-a-dia de todos e que, sem dúvida, é revestida de uma forte relevância social, consideramos que, com este projeto, podemos fazer mais pelo jornalismo impresso português. Detetando as falhas que nele existem, podemos alertar os protagonistas – jornalistas, fontes e leitores – para que sejam feitas correções estruturantes no modo de mediatizar a saúde em Portugal. Certamente que, se provarmos que existe uma lacuna na prevenção em saúde, poderemos gerar algum impacto na forma como as decisões editoriais são aplicadas. No fundo, o que se pretende com isto é “mudar mentalidades”, fazer com que o media portugueses percebam que podem ter um papel mais ativo na prevenção da doença junto dos seus leitores.

Ao mesmo tempo, acreditamos que este projeto poderá também configurar um exemplo para a mudança na aplicação de políticas de saúde em Portugal. Em parte do trabalho, teremos como objetivo comparar as linhas preventivas do Governo com a sua aplicação. Embora ainda não seja possível comprovar esta falta de aplicabilidade das medidas, a análise do conteúdo das notícias de saúde poderá levar-nos a alguns indicadores interessantes.

 

Sofia Gomes – Doutoranda de Ciências da Comunicação – Universidade do Minho

* Este artigo insere-se no projeto de Doutoramento intitulado “Comunicação e Saúde: jornalismo preventivo e fontes de informação” (SFRH/BD/89792/2012), executado com bolsa de investigação no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) – Programa Operacional Potencial Humano (POPH) – Tipologia 4.1 – Formação Avançada, comparticipado pelo Fundo Social Europeu (FSE) e por fundos nacionais do Ministério da Educação e Ciência (MEC), através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

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