1. Qual deverá ser o papel dos media na promoção da saúde pública?

A missão dos media é informar e esse deve ser sempre o seu primeiro papel. Na promoção da saúde pública, informar implica, desde logo, divulgar o que há de novo, mas também o que se faz bem e o que se faz mal, como se mudam comportamentos ou como se comportam os vários intervenientes da Saúde. E como para qualquer assunto, a informação em Saúde deve ser atual, rigorosa e, muito importante, contextualizada. Ter o enquadramento dos especialistas é uma das grandes mais-valias dos media ao nível dos conteúdos informativos em Saúde, já que evita infundados receios ou malogradas expectativas.

2. Como caracteriza a relação entre os jornalistas e as assessorias no setor da saúde em Portugal?

Penso que a relação é cordial e, quase sempre, transparente. Ambos têm bem definido e delimitado qual é o seu trabalho. O jornalista está perfeitamente consciente de que as assessorias da Saúde dão acesso a informação, mas que esse papel não é desinteressado. E os assessores conhecem bem as metodologias dos media, isto é, sabem que a informação que fornecem aos jornalistas é escrutinada. Pelo menos, é isso que se exige.

3.    Que estratégias poderiam ser desenvolvidas para melhorar a qualidade dessa relação e, por conseguinte, a qualidade da informação mediática sobre saúde em Portugal?

A verdade deve estar sempre presente na relação entre jornalistas e assessores, mas isso só se consegue quando os profissionais se conhecem. Hoje, proliferam agências de comunicação na área da Saúde e muitas vezes estes dois interlocutores são estranhos, impedindo a criação de laços de transparência. Saber quem é quem de cada lado da informação é uma estratégia que pode ser facilmente conseguida – através de encontros, à semelhança do que já se faz a nível ministerial, por exemplo – e que pode ter um impacte positivo na qualidade de informação.